Ainda há muita dúvida sobre o que é CBDC e como um dinheiro criado pelo governo para funcionar apenas virtualmente vai impactar a sociedade. Na China, o Yuan digital é alvo de grandes polêmicas, talvez por isso os Estados Unidos não esteja desenvolvendo nenhuma CBDC antes de ter total noção do impacto delas.
O Brasil já está desenvolvendo uma CBDC, mas qual será o impacto de uma moeda digital e como ela vai funcionar? Tire suas dúvidas sobre o que é CBDC e como essa moeda digital funciona.
CBDC é um tipo de moeda digital desenvolvida e controlada pelo banco central de seu respectivo país, podendo ser baseada em blockchain ou em DLT, um banco de dados digital.
Levam o nome de CBDC porque são moedas digitais emitidas pelo banco central, ou seja, Central Bank Digital Currency.
Em vez de imprimir dinheiro, o banco central emite moedas digitais ou contas respaldadas pela confiança e crédito do governo. O valor de cada CBDC corresponde ao valor da moeda oficial do país e surge como uma alternativa às criptomoedas.
Em suma, como o mercado de criptomoedas possui uma alta volatilidade, as CBDCs podem diminuir o impacto financeiro causado pela instabilidade das criptomoedas ou substituí-las em regiões que as criptomoedas são proibidas.
Quando criada para o varejo, a CDBC é focada para o consumidor final, servindo como uma alternativa ao dinheiro tradicional. Dessa maneira, a CDBC do varejo vai funcionar de modo similar ao dinheiro que utilizamos dia a dia.
A CBDC de atacado possui o foco voltado para instituições bancárias, mas também atuam entre fintechs e demais instituições financeiras relacionadas com o banco central. Esse tipo de CBDC busca facilitar a integração financeira internacional das instituições financeiras, além de baratear essas transações.
Mesmo utilizando a mesma tecnologia das criptomoedas, as CBDC não são um tipo de criptomoeda porque são moedas centralizadas, emitidas e controladas pelo governo central de um país.
No geral, criptomoedas surgiram para para servir como um meio de troca descentralizado, isto é, sem poder do governo ou de organizações.
Em desenvolvimento e em fase de testes, o real digital é a CBDC desenvolvida pelo Brasil para ajudar na integração econômica do país. Em 2020, o Banco Central criou um grupo para estudar a criação de uma CBDC e avaliar os impactos dessa criação. No começo de março, o real digital iniciou o projeto-piloto que vai durar até março de 2024.
O real digital vai possuir algumas características focadas para o atacado, mas que vai buscar integrar instituições bancárias e possibilitar que pessoas comuns consigam adquirir tokens da dívida pública por meio do real digital.
O Pix possui um funcionamento e propósito diferente das CBDCs, pois surgiu para facilitar as transações bancárias, conseguindo realizar transferências instantâneas, sem interrupção e sem tarifas. CBDC, dinheiro virtual controlado pelo governo, enquanto que o PIX é um modelo de transferência bancária.
O desenvolvimento das CBDCs busca fornecer às empresas e consumidores maior privacidade, acessibilidade e segurança financeira, mas esse objetivo está em questionamento por parte de muitos especialistas.
Analisando as vantagens e desvantagens das CBDCs para o governo e para o sistema financeiro, o FED (Federal Reserve System), publicou um documento informando algumas vantagens e desvantagens das CBDCs para os Estados Unidos, mas que pode servir para outros países.
Portanto, os riscos em potencial que as CBDCs podem trazer ao sistema financeiro também são altos. Em países com alta utilização de dinheiro em espécie ou transações bancárias, os benefícios das CBDCs são minimizados. Não à toa, os Estados Unidos ainda não iniciaram o desenvolvimento de nenhuma CBDC, pois pretendem ter noção de todos os impactos que as CBDCs podem causar em seu sistema econômico.
Uma grande quantidade de países já estão com programas piloto de CBDCs, como o Brasil e a China. Alguns países já possuem moedas digitais em circulação. Por exemplo, o Bahamas lançou a primeira CBDC, o Sand Dollar, em outubro de 2020. A segunda CBDC foi a E-naira, da Nigéria, criada em 2021.
Atualmente, a China possui a CDBC mais importante do mercado, a eCNY, lançada durante os Jogos Olímpicos de Inverno. De fato, também conhecida como Yuan Digital, o eCNY entrou em período de testes em 2019 e fomentou o desenvolvimento de novas moedas digitais.
O Brasil também está desenvolvendo uma CBDC chamada de real digital, que está atualmente em projeto-piloto até 2024. Você pode acompanhar um mapa criado pela Atlantic Council que lista 119 países que estão em diferentes fases de desenvolvimento das CBDCs.
As CBDCs (Central Bank Digital Currencies) e o metaverso são duas tecnologias emergentes que podem ter implicações significativas para o futuro dos sistemas financeiros e do comércio online.
As CBDCs são uma forma de moeda digital emitida e apoiada por um banco central, que pode ser usada para realizar transações financeiras, assim como as moedas fiduciárias tradicionais. De fato, a implementação de uma CBDC pode oferecer várias vantagens, como maior eficiência nas transações, redução de custos de transação e maior transparência na emissão e circulação de moeda.
Além disso, as CBDCs podem ajudar a promover a inclusão financeira e reduzir a dependência de sistemas de pagamento privados.
Por sua vez, o metaverso é um ambiente virtual que permite a interação e colaboração entre pessoas em um ambiente simulado por computador. Esses ambientes podem variar desde jogos online até plataformas mais complexas que permitem a criação e venda de bens e serviços virtuais.
Em suma, o metaverso pode ser usado para uma ampla variedade de finalidades, desde jogos até comércio eletrônico, educação, arte e entretenimento.
Embora os dois conceitos possam parecer distintos, eles podem interligam-se de várias maneiras. Por exemplo, as CBDCs podem ser usadas como moeda dentro do metaverso, permitindo que as transações sejam realizadas sem depender de sistemas de pagamento tradicionais.
Além disso, o metaverso pode fazer o papel da plataforma para a criação e comércio de ativos digitais, incluindo NFTs (tokens não-fungíveis) e outras formas de ativos digitais. As CBDCs por sua vez, usadas para pagar por esses ativos dentro do metaverso, criando um sistema financeiro integrado e digitalizado.
Embora a implementação de CBDCs e o desenvolvimento do metaverso estejam ainda em seus estágios iniciais, é provável que vejamos mais integração entre as duas tecnologias no futuro, à medida que a economia digital se torna cada vez mais importante em nossas vidas cotidianas.
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