A cana-de-açúcar é uma das culturas mais importantes do Brasil, com grande relevância econômica e ecológica, mas que está sujeita a uma série de desafios, principalmente no que diz respeito ao manejo de pragas.
As pragas da cana-de-açúcar podem causar perdas significativas na produção e na qualidade da cultura, prejudicando a lucratividade dos agricultores.
Saiba mais quais são as pragas da cana-de-açúcar e como se livrar delas.
A cana-de-açúcar é atacada por uma ampla gama de pragas, que incluem insetos, ácaros, nematóides, entre outros. Estes organismos podem causar danos significativos ao cultivo, prejudicando o desenvolvimento das plantas e reduzindo a produtividade do canavial.
Então, vamos detalhar algumas das principais pragas que afetam a cultura da cana-de-açúcar.
A broca-da-cana-de-açúcar é uma das principais pragas da cultura, pois é uma espécie de mariposa, cujas larvas se alimentam do colmo (parte aérea do caule) da cana-de-açúcar, causando danos significativos à planta.
As larvas da broca penetram no colmo e se alimentam do tecido interno, onde ocorre o transporte de nutrientes. Dessa maneira, esta alimentação compromete a estrutura do colmo e interrompe o fluxo de nutrientes, levando à morte prematura das plantas.
Os principais impactos da broca-da-cana-de-açúcar incluem a redução da produção de açúcar, quebra dos colmos e o tombamento das plantas. Além disso, os ataques da broca podem abrir caminho para a entrada de fungos e bactérias, que podem colonizar o canavial com doenças.
O bicudo da cana-de-açúcar é outro inseto que pode causar danos significativos à cultura. Este besouro se alimenta dos rizomas (partes subterrâneas do caule) da cana-de-açúcar, prejudicando o desenvolvimento das plantas.
Os danos causados pelo bicudo da cana-de-açúcar podem resultar em perdas de produtividade de até 30 toneladas por hectare. Além disso, a infestação por este inseto pode levar à necessidade de reforma precoce do canavial, aumentando os custos de produção.
A cigarrinha-das-raízes é uma praga que ataca tanto a parte aérea quanto as raízes da cana-de-açúcar. Ou seja, quando está na fase de ninfa, este inseto se alimenta das raízes da planta, liberando toxinas que necrosam os tecidos radiculares e dificultam o fluxo de água e nutrientes para a parte aérea da planta.
Na fase adulta, a cigarrinha desenvolve um aparelho bucal do tipo picador-sugador, com o qual suga a seiva dos colmos e das folhas da cana. Assim, durante a sucção da seiva, a cigarrinha também contamina a planta com toxinas, causando o amarelecimento e murchamento das folhas, um sintoma conhecido como “queima da cana-de-açúcar”.
De fato, a formiga saúva-parda é uma praga que se alimenta das folhas da cana-de-açúcar, causando uma desfolha intensa das plantas. Este ataque reduz a capacidade fotossintética da planta, levando à redução da produtividade do canavial.
Além disso, a desfolha das plantas de cana pode causar estresse hídrico, dificultando a regulação da temperatura e a conservação de água pela planta. Isso pode resultar em murcha ou perda de perfilhos (ramos que se desenvolvem a partir das gemas basais do caule).
A broca-gigante é uma praga que, como o nome sugere, é maior do que outras pragas da cana-de-açúcar. As larvas desta mariposa se alimentam do interior dos colmos, causando danos à estrutura do colmo e prejudicando a circulação de nutrientes e água, dessa maneira, resultando em uma redução da produtividade do canavial.
Além disso, o ataque desta praga pode causar a quebra e o tombamento dos colmos, além de facilitar a entrada de fungos e bactérias que também podem afetar a cultura.
Portanto, a broca dos rizomas, também conhecida como “broca-da-cana” ou “broca-do-rizoma”, é uma praga que se alimenta dos rizomas da cana-de-açúcar. As fêmeas adultas deste inseto perfuram os rizomas e depositam seus ovos dentro das galerias criadas.
Dessa forma, estas galerias prejudicam a capacidade da planta em absorver água e nutrientes do solo, resultando em uma redução da produtividade do canavial.
Em suma, o controle das pragas da cana-de-açúcar envolve uma série de estratégias que vão desde a adoção de práticas culturais adequadas, até o uso de produtos químicos e biológicos. A seguir, vamos detalhar algumas dessas estratégias.
Controle cultural: De fato, o controle cultural envolve a adoção de práticas agrícolas que visam reduzir a susceptibilidade da cultura às pragas. Isso pode incluir a escolha de variedades resistentes, a rotação de culturas, a adoção de épocas de plantio e colheita que evitem os períodos de maior atividade das pragas, entre outras práticas.
Controle biológico: O controle biológico envolve o uso de organismos vivos para controlar as pragas. Isso pode incluir a liberação de predadores, parasitóides e patógenos que atacam as pragas. Para a broca-da-cana-de-açúcar, por exemplo, pode-se utilizar a vespa parasitoide Cotesia flavipes, que parasita as larvas da praga.
Controle químico: O controle químico envolve o uso de inseticidas para controlar as pragas. No entanto, este tipo de controle deve ser usado com cautela, pois o uso excessivo de inseticidas pode levar ao desenvolvimento de resistência nas pragas e pode ter impactos negativos no meio ambiente.
Além disso, existe o Manejo Integrado de Pragas (MIP) que é uma abordagem que combina várias estratégias de controle, incluindo o controle cultural, biológico e químico. O MIP visa reduzir a dependência de inseticidas e promover um controle mais sustentável das pragas.
As pragas da cana-de-açúcar representam um grande desafio para os produtores, pois podem causar perdas significativas na produção e na qualidade da cultura. No entanto, com o conhecimento adequado sobre estas pragas e as estratégias de controle disponíveis, é possível minimizar os danos causados por elas e manter a lucratividade e a sustentabilidade do negócio canavieiro.
Lembre-se, o controle eficaz das pragas começa com a identificação correta e o monitoramento regular das pragas presentes no canavial. Além disso, é importante adotar uma abordagem integrada para o controle de pragas, combinando várias estratégias de manejo para garantir a eficácia do controle e a sustentabilidade da produção.
Então, fique atento às pragas da cana-de-açúcar em sua lavoura e não hesite em procurar ajuda profissional se necessário.
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