O que é agropecuária regenerativa? Entendendo esse conceito

As organizações mundiais e nacionais estão cada vez mais empenhadas em aplicar o conceito de agropecuária regenerativa, tendo em vista os inúmeros benefícios para os animais e para a alimentação global.

Como sabemos, quase dois terços dos gases de efeito estufa vêm da agricultura e da agropecuária, assim, adotar técnicas sustentáveis potencializa a utilização do solo e auxilia a enfrentar as mudanças climáticas.

Por isso que neste artigo, iremos abordar sobre o que é a agropecuária regenerativa e entender melhor a importância dela em nosso cenário atual.

O que é agropecuária regenerativa

A agropecuária regenerativa além de ser um conceito em crescimento, é uma técnica que busca evitar maiores danos ao meio ambiente, por meio de práticas sustentáveis, promoção da saúde do solo e da recuperação de áreas degradadas, além de promover a qualidade de vida dos animais.

Convencionalmente, a agropecuária utiliza práticas e técnicas que colaboraram com a degradação do solo e que minimizam questões éticas sobre os animais, priorizando a produção insustentável de alimentos e a obtenção de lucro.

Por isso que, muitas vezes, o solo se tornava inapto e o desmatamento por novas terras crescia sem parar. Ou seja, os produtores e técnicos que adotam a agropecuária regenerativa estão fugindo do modelo tradicional que prejudicava o solo e o meio ambiente.

Importância da preservação do solo

Solos saudáveis são essenciais para a segurança alimentar sustentável porque fornecem os nutrientes necessários para o crescimento das plantas, conservam a água e apoiam uma grande biodiversidade que contribui para a produtividade natural. Por isso que a conservação do solo é uma das prioridades da agropecuária regenerativa.

Estratégias regenerativas, como a rotação de culturas, a adubação verde e a utilização de plantas de cobertura ajudam a manter e melhorar a estrutura do solo, prevenir a erosão e aumentar a sua capacidade de retenção de água.

Além disso, a conservação da terra contribui significativamente para a mitigação das alterações climáticas. O solo saudável atua como um sumidouro de carbono, mantendo o CO2 fora da atmosfera e reduzindo os gases com efeito de estufa. A manutenção da matéria orgânica do solo é outro fator importante, pois os microrganismos e outros organismos do solo desempenham um papel importante na decomposição.

Manejo sustentável dos animais

O manejo sustentável dos animais é um componente fundamental da agropecuária regenerativa, integrando práticas que promovem o bem-estar dos animais e a saúde dos ecossistemas agrícolas.

Esse tipo de manejo envolve a rotação de pastagens, o que permite que o solo se recupere e que a vegetação se regenere naturalmente. A rotação também contribui para o controle de parasitas e doenças, melhorando a saúde dos animais sem o uso excessivo de medicamentos químicos.

Além disso, o manejo sustentável considera o comportamento natural e as necessidades nutricionais dos animais. Fornecer uma dieta equilibrada e condições de vida que permitam comportamentos naturais reduz o estresse e melhora a saúde geral dos rebanhos.

A integração de árvores e arbustos nas pastagens, conhecida como silvipastoril, oferece sombra e abrigo, melhorando o conforto animal e aumentando a biodiversidade da área.

Essas práticas não apenas melhoram o bem-estar dos animais, mas também aumentam a produtividade a longo prazo. Animais saudáveis e bem cuidados produzem mais leite, carne e outros produtos de forma sustentável. Assim, o manejo sustentável dos animais é fundamental para a viabilidade econômica e ecológica da agropecuária regenerativa.

Gerenciamento Holístico

O gerenciamento holístico é uma abordagem que considera todas as partes de um sistema agrícola como interconectadas.

Essa metodologia avalia o impacto das práticas de manejo não apenas na produtividade imediata, mas também na saúde a longo prazo do solo, das plantas, dos animais e das comunidades humanas.

Tomar decisões baseadas no gerenciamento holístico envolve considerar fatores ecológicos, econômicos e sociais, promovendo a sustentabilidade integral da agropecuária.

Benefícios da agropecuária regenerativa

Um dos principais benefícios da agropecuária regenerativa é a melhora da saúde do solo, aumentando a matéria orgânica e a biodiversidade. Ou seja, resultando em solos mais férteis e produtivos. A melhoria da estrutura do solo também aumenta a capacidade de retenção de água, reduzindo a necessidade de irrigação.

Outro benefício significativo é a redução das emissões de gases de efeito estufa. Práticas regenerativas, como o plantio direto e a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sequestram carbono no solo e na biomassa, ajudando a mitigar as mudanças climáticas. Além disso, essas práticas promovem a biodiversidade, criando habitats para uma ampla variedade de espécies e contribuindo para a saúde dos ecossistemas.

Economicamente, a agropecuária regenerativa pode reduzir os custos de insumos e aumentar a eficiência dos sistemas de produção, tornando as operações agrícolas mais rentáveis a longo prazo.

As comunidades locais também se beneficiam, pois métodos regenerativos frequentemente envolvem práticas que melhoram a qualidade de vida dos trabalhadores rurais e fortalecem as economias locais.

Portanto, a agropecuária regenerativa não só promove a sustentabilidade ambiental, mas também oferece benefícios econômicos e sociais significativos.

Conclusão

A adoção da agropecuária regenerativa é um passo crucial para construir um sistema agrícola mais sustentável e resiliente. Práticas como o manejo sustentável dos animais, o gerenciamento holístico e a melhoria da saúde do solo proporcionam benefícios que se estendem ao meio ambiente, à economia e à sociedade.

Investir em métodos regenerativos é investir no futuro da agricultura, garantindo que as próximas gerações tenham acesso a alimentos de qualidade produzidos de maneira sustentável. Por meio de uma abordagem integrada e consciente, é possível transformar a agropecuária em uma força regenerativa para o planeta.

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