Qual a diferença entre criptomoeda e moeda digital (cbdc)?

• Jamerson Rodrigues
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Depois da China criar o Yuan Digital, chegou a vez do Brasil de lançar sua moeda digital, trazendo uma dúvida comum para muitos usuários sobre as diferenças entre uma moeda digital (CBDC) e uma criptomoeda. A dúvida acontece pelos termos utilizados, mas apesar da semelhança, eles não são exatamente a mesma coisa. 

Na China, o Yuan digital se tornou um modelo bem sucedido para o governo chinês para impedir o avanço de criptomoedas. Agora muitos países estão observando esse movimento para lançar suas próprias moedas digitais.

Dessa forma, até o final de 2022, o Yuan digital, ou e-CNY, já tinham utilizados mais de 360 milhões transações, totalizando cerca de 74 bilhões de reais.

Tanto a e-CNY quanto a moeda digital brasileira, o Real digital, utilizam a tecnologia blockchain para distribuição, porém o governo é quem controla. Assim, uma moeda digital nada mais é que uma “Central Bank Digital Currency”, ou seja, uma moeda desenvolvida e controlada pelo governo por meio do banco central.

Diferença entre criptomoeda e moeda digital

A tecnologia blockchain que sustenta os projetos de moeda digital é a mesma usada para as criptomoedas Bitcoin e Ethereum. A diferença entre criptomoeda e moedas digital é que as moedas digitais são emitidas pela autoridade de um banco central e controladas pelo governo, sendo centralizadas.

Podemos observar do seguinte modo: as criptomoedas, como o Bitcoin e o Ethereum, classifica-se como descentralizadas, pois utilizam criptografia para proteger e validar transações. 

Por outro lado, as moedas digitais também utilizam a blockchain, mas sob supervisão do governo. Desse modo, o governo controla as moedas digitais, que podem, inclusive, verificar o que cada cidadão compra e bloquear movimentações. Alguns críticos dizem que a China quer implantar uma moeda digital apenas como uma ferramenta para monitorar o comportamento do cidadão. 

Uma outra questão: O modo de armazanamento. As criptomoedas são geralmente armazenadas em carteiras digitais, enquanto as moedas digitais emitidas pelo governo podem ser mantidas em contas bancárias ou em uma carteira digital fornecida pelo próprio banco central.

Por enquanto, mesmo representando uma ameaça às criptomoedas, o desenvolvimento de moedas digitais está no início, mas vale à pena prestar atenção nesse novo cenário que está sendo criado.

Características de uma moeda digital

Entender as características das moedas digitais e das criptomoedas também é uma ótima maneira para entender quais as diferenças entre elas. Quando criado, o Bitcoin conseguiu trazer uma independência do sistema financeiro tradicional porque não estava sob controle do governo.

 As moedas digitais surgiram como uma alternativa para o governo de resgatar o valor que está circulando entre as criptomoedas e aumentar a centralização financeira. Assim, as principais características das moedas digitais são:

• Centralização: moedas digitais são controladas pelo governo, então informações de transações, saldo e demais movimentações são de conhecimento do governo.
• Segurança: o governo pode ter acesso às informações de uma moeda digital, mas diferente das criptomoedas, essas informações não são públicas. O governo também consegue reverter ou proteger usuários de fraudes, por causa da blockchain.
• Transações rápidas e sem taxas: um dos principais problemas de transações bancárias são as taxas pagas para intermediadores, CBDCs podem eliminar bilhões em taxas bancárias.
• Regulamentação: diferente das criptomoedas, moedas digitais são regulamentadas e aprovadas por serem emitidas pelo governo.

Moedas digitais ou criptomoedas?

Oficialmente, apenas um país adotou uma criptomoeda como moeda oficial do país. Em 2021, El Salvador anunciou o Bitcoin como moeda oficial do país, desde então, tem havido muita repercussão sobre o assunto. 

Muitos críticos argumentam que o governo teve prejuízos com a baixa do Bitcoin e que apenas uma pequena parte da população tem utilizado a criptomoeda, mas o governo argumenta que a medida foi positiva.

O governo disse que o turismo em El Salvador cresceu em 30% após a adoção da criptomoeda, assim como o setor de tecnologia também registrou crescimento. Por enquanto, El Salvador está sozinho nesse cenário, pois a maioria dos países estão desenvolvendo suas próprias moedas digitais centralizadas. 

Em 2020, o Banco Central do Brasil anunciou que estava trabalhando no real digital. Hong Kong está desenvolvendo o e-HKD, do mesmo modo que o governo americano está avaliando um dólar digital. 

A Atlantic Council está acompanhando 114 projetos de CBDC. Você pode verificar a lista pelo site da Atlantic Council.

De qualquer forma, ainda é cedo para avaliar o impacto das CBDC no mundo porque ainda são pouco utilizadas e a maioria dos países ainda estão avaliando o potencial delas. As criptomoedas também possuem um grande potencial, pois podem servir como sistema global de pagamentos para a indústria, para o metaverso e também para o governo.

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